Leitura na penitenciária

Presos da Serra Gaucha ganham biblioteca, criada com doações dos moradores do bairro Centenário II


A partir do pedido de presos da Penitenciária Regional de Caxias do Sul, na localidade de Apanhador, no limite com São Francisco de Paula, a Associação dos Moradores do bairro Centenário II (Amob) achou uma utilidade para livros recebidos no último ano. Em setembro, mil exemplares foram doados à penitenciária, montando a biblioteca da cadeia.

O desejo dos apenados chegou por meio de parentes, moradores do Centenário

II. O presidente da Amob, Ricardo Ribeiro, conta que a ideia era montar a biblioteca no antigo centro comunitário do bairro, mas em janeiro foi instalada uma unidade básica de saúde no lugar.

– Os livros estavam todos aqui na minha casa e foram doados há mais de ano. Vieram de pessoas e também da Escola Evaristo de Antoni. A gente queria montar uma biblioteca comunitária, mas não poderia dizer não para o posto de saúde – afirma Ribeiro sobre a decisão.

Por causa do auxílio da Amob, hoje os 319 presos podem ocupar melhor parte das 22 horas que passam nas celas. Um apenado é responsável por ser o bibliotecário do espaço, que funciona em uma sala própria. Ele leva os livros semanalmente até as celas e controla a devolução das publicações, literárias e didáticas, e também das revistas.

Da doação, 800 correspondem a livros e 200 a revistas. Normalmente, os presos têm uma semana para ler, segundo o diretor interino da cadeia, Cláudio Freidheim. Os títulos mais solicitados são os de autoajuda e os romances. Os menos retirados são os romances policiais, segundo o chefe da segurança, João André Gomes.

– Que bom que eles (presos) estão aproveitando. Aqui em casa, tinha medo de que os livros estragassem e eles não estavam tendo serventia. Agora, lá no presídio, eles podem ajudar a passar o tempo – comenta Ribeiro.

A Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul também vai doar livros, hoje destinados às associações de reciclagens. São pelo menos 400 títulos, que serão doados após o término da Feira do Livro.

– Ainda precisamos de prateleiras, mas todos os livros já foram catalogados – afirma Freidheim.

 

 

Fonte: Jornal Zero Hora


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